sábado, 25 de dezembro de 2010

Extra-terrestre visita Sampa na véspera de Natal

Imagine que um extra-terrestre, um ser muito mais evoluído que o melhor dos terráquios, chegou em Sampa nesta época do ano! Pelos estudos que fez no Google Maps, ele queria conhecer a maior cidade da América Latina, que fica encravada no país do Futebol e do Carnaval, onde as pessoas são alegres, o país tropical bonito por natureza e coisa e tal…mas também queria ver onde é que se concentram os maiores investimentos, o centro econômico do estado mais rico desta nação e tal e tal e tal….Hipérboles à parte, lá vem o extra-terrestre e planeja sua aterrisagem em um heliponto qualquer na av. Paulista. A data - domingo - 19/12, para aproveitar e dar uma esticadinha nos festejos de fim-de-ano.
Ele chega por volta das 20h, logo após o anoitecer. O clime é agradável, a luz de sua nave espacial se confunde com a decoração dos edifícios e da avenida, e ele, em um primeiro momento, se emociona com a paisagem urbana, tranquilo, já que ninguém viu que ele estava ali. Olha do alto do edifício e vê lá embaixo, muitas “naves terráquias” paradas na mais paulista das avenidas e muitos humanos andando a pé de um lado a outro. Intriga-se!
Apesar daquele calor dos trópicos, a decoração da avenida e de muitos dos prédios de bancos e de grandes corporações remonta à neve…intrigou-se de novo. “Será que eles gostam tanto de neve assim? Eu não sabia que nevava aqui…preciso analisar mais a fundo a pesquisa que fiz…” Anotou para analisar depois e prosseguiu na visita…Logo percebeu que as “naves” que vira na aterrisagem eram veículos, meios de transporte dos terráquios e que se aboletavam um atrás do outro porque simplesmente não havia lugar para tantos de uma só vez…
Cada vez mais intrigado, perguntou a um terráquio que estava a pé, o que se passava naquele instante, e foi surpreendido pela resposta: “Ah, sim! A gente veio ver as luzinhas de Natal da Paulista….”.(SIC) E ele fez novas anotações para análise posterior…Ficou observando um palco ínstalado que atravessava a avenida de um lado a outro, como uma ponte, todo revestido de veludo verde e vermelho. A figura do Papai Noel também lhe era curiosa, aquele velhinho de barbas brancas e muitas roupas de frio, com pele nas mangas e nas golas, sob uma temperatura de 23 graus Celsius…E imaginou como isso seria durante o dia, sob 35 graus!!!! Ufa!!!
À medida que o tempo passava aquela concentração de “naves” aumentava nas ruas adjacentes e era evidente que os condutores das naves começavam a se sentir mal naquela situação e começavam a atravessar no farol vermelho, passar pela guia, subir nas calçadas etc, tudo para poder escapar daquela situação. E o nosso turista longínquo entendia cada vez menos o que acontecia.
Parou no mezanino do Conjunto Nacional e começou a fazer um relatório do que via para a base instalada na Nave mãe, que taxiava próxima à Lua. Não precisou mais do que 10 minutos para que o comando da Nave o chamasse em emergência :
Atenção, atenção – seu relato não se alinha com nenhum registro racional e lógico dos nossos computadores !!!

Os softwares de análise estão em modo incompatível com análises de comportamento!

Não conseguimos prosseguir no desenvolvimento de qualquer entendimento do que registramos em seu relatório!

Favor evitar piadas e brincadeiras, porque nem no modo Mentirinha os softwares conseguem processar as informações!

Alertamos ainda que tal comportamento de nossos enviados pode ser punido, pois não se alinha com os propósitos desta missão…

E constrangido com o alerta da base, o extra-terrestre respondeu ao comando central:
“Lamento, mas a descrição do cenário local é 100% fiel ao que ocorre neste momento. As pessoas desta cidade saíram de casa com seus carros e suas famílias para virem a esta avenida, uma das mais importantes da cidade, para observar a decoração que eles chamam de Natal, época de festejos religiosos que ocorrem em várias partes deste planeta simultaneamente.
Fica impossível, entretanto, entender por que:
  • Eles gostam de enfeitar tudo com elementos de neve, apesar do calor tropical;
  • Eles gostam de veludo verde e vermelho para compor a decoração apesar do calor tropical;
  • Usam árvores artificiais de pinheiros, espécie típica de regiões de clima frio;
  • Eles vêm com suas naves, todos ao mesmo tempo, para ver as luzes externas instaladas nas fachadas dos edifícios e nos postes da avenida, mesmo que isso paralise o tráfego por horas na via e nas adjacentes;
Entendo que nossa pesquisa científica deva ser interrompida, porque não temos base lógica de análise de comportamento desta espécie de vida na Terra. Meu diagnóstico é que eles precisarão evoluir mais 100 anos até que mereçam estudos tão elaborados para os nossos investimentos neste planeta e especialmente, neste país onde aterrissamos para iniciar nossas pesquisas de campo. Enfim, estou retornando à base"! Câmbio!